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SATÉLITE BRASILEIRO BATE RECORDE MUNDIAL DE MAIS ANTIGO EM OPERAÇÃO NO ESPAÇO
O mais recente satélite lançado no Brasil, criado pela equipe de engenheiros do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), atingiu um feito histórico este mês: é atualmente o dispositivo que permaneceu por mais tempo em operação na órbita da Terra. Em fevereiro de 1993, o SCD-1 – como é conhecido – foi projetado para permanecer apenas um ano no espaço, porém, já se passaram mais de 30 anos desde então e o equipamento continua funcionando perfeitamente.
Durante todo esse tempo, o satélite já deu mais de 160 mil voltas ao redor do planeta. Para completar um percurso completo em torno da Terra, o satélite leva cerca de uma hora e 40 minutos. Ele está localizado a 750 quilômetros de altitude e possui uma velocidade de 28 mil quilômetros por hora.
Além de encher de orgulho os responsáveis por sua construção após três décadas, o satélite possui uma grande importância para o país, pois abriu portas para o programa espacial brasileiro.
O SCD-1 foi o pioneiro de uma série de quatro equipamentos lançados ao espaço no âmbito da Missão Espacial Completa Brasileira.
Essa máquina é responsável por coletar dados que contribuem para a ciência nacional. “Para o país, sua importância é indiscutível. Ao longo desses anos, o satélite tem contribuído imensamente para a ciência brasileira, graças ao vasto território do país. Em regiões como a Amazônia, por exemplo, não seria possível monitorar e obter informações sem o auxílio de um satélite. Portanto, seu trabalho nesses 30 anos foi essencial para o monitoramento da Amazônia e de todo o território nacional”, explica Maurício Ferreira, coordenador do Centro de Controle de Satélites do INPE.
Com tanto tempo de contribuição e uso, muito além das expectativas iniciais, o satélite começa a apresentar alguns sinais de desgaste. No entanto, por enquanto, continua funcionando. “Ele está em boas condições. O único subsistema que não está funcionando como antes é a bateria, cuja vida útil média em carros é de quatro a cinco anos. A bateria do satélite foi projetada para durar apenas um ano, mas começou a apresentar problemas após 20 anos e hoje só funciona quando há incidência direta do sol. Nessas situações, os painéis solares do satélite funcionam normalmente, permitindo a coleta de dados das plataformas”, ressalta Ferreira.
No entanto, à medida que o tempo passa, o equipamento começa a perder controle sobre si mesmo. Isso significa que a gravidade da Terra terá cada vez mais influência sobre o satélite, levando-o, eventualmente, a adentrar na atmosfera e se desintegrar. Ainda não há uma previsão exata para quando isso irá acontecer”, acrescenta Ferreira.
De acordo com o coordenador, mesmo que pare de funcionar, o SCD-1 sempre será lembrado pelo seu enorme contributo para o país. “Ele foi responsável por abrir as portas para o programa espacial que temos hoje no Brasil, um programa que está em constante crescimento e que possui um imenso potencial de expansão, dadas as dimensões territoriais do país”, conclui Maurício.
Info.: G1 Vale do Paraíba
Fotos: Divulgação/INPE